segunda-feira, fevereiro 11, 2008

EGIPTO - FEVEREIRO 2004

Aumentam no Egipto os coptas católicos apesar das ameaças.
Os 250.000 coptas católicos do Egipto, apesar das divisões que há entre as comunidades cristãs no país e da pressão dos fundamentalistas islâmicos, estão vivendo um florescimento de vocações. É o que revela o Cardeal Stephanos II Ghatas, patriarca dos coptas católicos do Egipto, numa entrevista concedida à última edição da revista mensal italiana "Mondo e Missione": "Temos muitíssimas vocações femininas, além de 200 sacerdotes diocesanos, sem contar os religiosos, que são 150 em todo Egipto".
Dos mais de 74 milhões de habitantes do Egipto, 94% são muçulmanos; quase 6% são coptas ortodoxos.
A Igreja copta (conhecida como ortodoxa) separou-se de Roma depois do Concílio de Calcedônia no ano 451. Em 1741, um bispo copta em Jerusalém converteu-se ao catolicismo e foi nomeado pelo Papa Benedito XIV, vigário apostólico da pequena comunidade de coptas (então eram cerca de dois mil), que haviam entrado na Igreja Católica pela pregação dos religiosos a partir do século XVII. Em 1895, o Papa Leão XIII restabeleceu o patriarcado copta-católico.
Pelo que se refere às relações com o Islão, o patriarcado explica que na vida quotidiana "temos relações no âmbito da oração e do jejum, nas obras sociais e nas escolas. Nas nossas 170 instituições educativas a maior parte dos estudantes é muçulmana. Isto permite estabelecer relações de simpatia e colaboração".É mais problemática a relação com "uma corrente muçulmana fundamentalista que queria influenciar ainda mais fortemente a vida social e política", reconhece Stephanos II Ghatas.
As comunidades cristãs, tanto católicas como ortodoxas, têm problemas para construir ou restaurar Igrejas. A lei exige um decreto presidencial, assim como muitas formalidades. Inclusive quando se dá a permissão, as administrações põem muitos impedimentos. "Um dos motivos deste comportamento é o intento de afirmar a todo momento a identidade da nação muçulmana e do Estado egípcio", explica o cardeal. "Vivemos uma forte pressão -afirma Stephanos II Ghatas- que leva os cristãos à diáspora e induz a alguns de nossos fiéis a fazer-se muçulmanos, sobretudo por questões econômicas. Se se quer ter uma casa, um trabalho, os muçulmanos têm preferência".
Pelo que se refere às relações com os ortodoxos cristãos, guiados pelo Papa Shenouda III, o cardeal mostra confiança: "O povo vive, crê e espera conjuntamente. E sente-se parte da mesma Igreja, fundada pelo santo mártir Marcos entre o ano 40 e o ano 60 d.C. em Alexandria, que então era um foco de cultura e de civilização, cidade rica e cosmopolita".
"Se sabemos cultivar e preservar a fé", conclui o purpurado, "se damos testemunho da beleza de uma vida vivida em rectidão à luz do Evangelho", "Deus -estou seguro- não abandonará nunca a sua Igreja".Mais de cem paróquias coptas administram escolas primárias e algumas secundárias. A Igreja mantém um Hospital em Assiut e alguns postos médicos e clínicas. Assim como muitos orfanatos.

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